Deputado Fernando MINEIRO
fala sobre o Projeto do PT para Natal
Em entrevista ao blog da jornalista
Thaisa Galvão, Mineiro falou sobre o projeto do PT para Natal, Petrobras,
Governo Robinson e sua avaliação sobre a administração do prefeito Carlos
Eduardo.
Leia, a seguir, a íntegra da
entrevista:
Thaisa Galvão – Na resolução aprovada
pelo PT, um dos pontos é a indicação de seu nome para discutir um projeto para
Natal. Que projeto é esse?
Fernando Mineiro – É a ideia de
criar um núcleo de trabalho para discutir a cidade. Para aprofundar um
conhecimento sobre Natal, debater os bairros, sair das quatro paredes e ir às ruas
para ouvir a cidade. Nós precisamos, sobretudo, entrar em sintonia com o que a
cidade está pensando, o que os vários setores da cidade, mesmo
contraditoriamente, estão pensando sobre o seu futuro no seu presente, então a
ideia é essa. Eu tô chamando 2015 como o ano da travessia, nós vamos, então,
dedicar o esforço nosso, político, intelectual, os estudos, para dialogar, para
se aproximar da sociedade.
Thaisa Galvão – Isso tem como
consequência uma candidatura a prefeito de Natal?
Fernando Mineiro – É provável, não
é? Mas ele vai além disso, porque a questão da candidatura é uma coisa pontual
que vai ser decidida em 2016 e o PT precisa, para além de pensar em uma
candidatura, estar discutindo com a sociedade, então, nós não vamos nem esperar
2016 para discutir com a sociedade, nem vamos transformar 2015 num processo
eleitoral antecipado. É por isso que nós queremos fazer esse processo de
debater e atualizar as discussões que nós temos sobre Natal, nós já temos uma
série de debates sobre Natal, e então 2015 vai ser esse momento de
aprofundamento, e sobretudo de ouvir a cidade. A gente precisa entender que
existe um saturamento de um determinado padrão de política e que a sociedade
busca uma outra coisa, então o PT está tendo a coragem de se expor, digamos
assim, e ouvir o que a sociedade pensa dessa questão, o que a sociedade pensa
de um processo político-adminitrativo, o que a sociedade pensa do próprio PT,
até pra gente poder ir se renovando e sintonizando com os anseios da sociedade.
Thaisa Galvão – Além da sociedade vocês
vão buscar partidos políticos para agregar a esse processo de estudar Natal?
Fernando Mineiro – Sim, nós vamos
buscar os setores organizados, partidários ou não, buscar dialogar com partidos
que nós temos aproximação, partidos que nós estamos, inclusive, sendo parceiros
no Estado, com essa ideia de que precisamos ter a sintonia com Natal. Acho que
essa cidade está cansada de pacotes feitos, de ideias pré-definidas. Quem achar
que 2016 já está dado comete um grande erro, 2016 é um processo em aberto, é um
processo que vai além da disputa eleitoral, então nós vamos construir esse
processo até lá.
Thaisa Galvão – Você não teme que esse
momento do PT, com o escândalo da Petrobras depois de um mensalão possa
atrapalhar esse projeto?
Fernando Mineiro – É evidente que
todo esse processo de disputa política nos atinge porque fazemos parte desse
processo também, somos do partido, e seria hipocrisia da minha parte dizer que
isso não nos atinge. Atinge sim, mas a sociedade sabe diferenciar. Acho que
esse processo de denúncias contra o PT, as mais recentes, digamos assim, tem 10
anos em 2015, e toda eleiçãoo é esse assunto. Se tenta tratar dos assuntos
nacionais localmente e a sociedade sabe diferenciar o que é que é esfera
nacional, o que é esfera estadual, municipal, a sociedade sabe diferenciar as
pessoas envolvidas, as que cometem erros, mesmo sendo do PT ou não, a sociedade
é mais atenta do que gostaria muita gente. A sociedade não é ingênua de
misturar tudo. E os dados, os números, os próprios processos eleitorais que já
vivenciamos mostram isso. Eu acho que insistir que tem um sinal de igualdade é
sempre perdendo, mas evidente que atinge, que demanda uma cobrança, mas é bom
que assim seja. Tem que cobrar mesmo de nós políticos, tem de nos vigiar, de
exigir respostas, é assim mesmo, política é isso.
Thaisa Galvão – Na resolução do PT foi
aprovado o apoio ao governo Robinson Faria, você espera também o apoio do
governador para esse seu projeto de debater Natal?
Fernando Mineiro - São duas coisas. O
apoio ao governo Robinson é uma coisa natural porque participamos do governo,
somos parte integrante do governo, demos nossa contribuição como militantes,
inclusive como gestores, nós somos responsáveis também pelos rumos da
administração, pelos erros, pelos acertos, pelo ônus e o bônus do governo.
Quanto à questão eleitoral é o processo que vai dizer. É nosso desejo manter a
aliança que tivemos em 2014, uma aliança vitoriosa no Estado. Nós vamos tentar
na cidade, na eleição do ano que vem, a eleição é municipal, mas será nosso
desejo e o que depender da direção do PT e da direção do PSD, isso já temos
conversado, nós vamos trabalhar para repetir, digamos assim, na esfera
municipal, a aliança, mas é uma realidade que nós vamos discutir lá adiante,
acho que a gente precisa, e o PT tem essa preocupação, entender que o processo
de 2016 é exclusivo, é único, é singular, ele não tem nada a ver com os
processos anteriores, e ele é condicionado pelas disputas, pelas demandas que a
sociedade vai apresentar, então não vai se repetir automaticamente nada, mas é
nosso desejo.
Thaisa Galvão – Como você define hoje a
gestão do prefeito Carlos Eduardo?
Fernando Mineiro – É uma
administração que repete a mesmice da maquiagem da cidade. É uma administração
muito fechada, você não vê nenhuma notícia de diálogo da administração com os
setores da sociedade, é uma administração que se fechou em si mesmo, e vem
fazendo o feijão com arroz da mesmice administrativa. Eu não conheço nenhuma
prática administrativa inovadora da gestão, em nenhuma área. Digo que é uma
repetição de um padrão da mesmice que Natal tem há muitos anos, de pintar de
branco os meio-fios, de cuidar dos canteiros da zona Sul, e deixar os outros
bairros à mercê da própria sorte. É um padrão de alguns anos e eu acho que um
padrão que já cansou, um padrão que já está esgotado por si só, até porque
estão há muitos anos nessa mesma pisada, fazendo esse mesmo tipo de prática, de
gestão, e eu acho que a sociedade quer algo mais e merece algo mais.
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