MULHERES NO CONGRESSO
“No meu
país eu boto fé, porque ele é chefiado por mulher”, cantavam militantes
petistas na comemoração do resultado do segundo turno, quando Dilma Rousseff
foi reeleita. Na contramão da musiquinha, o País, uma nação de 4 milhões de
mulheres a mais do que homens, não conseguiu atingir a mesma representatividade
feminina no Parlamento.
Dos 142
milhões de eleitores, 52,13% são do sexo feminino e, 47,79%, masculino. Essa
diferença numérica não se fez sentir nas urnas, entretanto, pelo baixo número
de candidaturas de mulheres.
De acordo
com a Secretária Nacional das Mulheres do PT, Laisy Morière, as mulheres, ao se
candidatarem, precisam contornar o problema do baixo financiamento, além do
pouco incentivo dentro dos partidos.
“Com
tantos partidos políticos no Brasil, nenhum é presidido por mulher. E isso é
muito representativo, pois mostra o pouco incentivo dentro das legendas”,
afirma. Segundo ela, mesmo com a lei da cota eleitoral de gênero, poucos partidos
conseguem cumprir a meta, justamente pela falta de financiamento. “Por essas e
outras que a reforma política é tão importante. Ela vai auxiliar, inclusive, na
paridade de gêneros”, acredita.
A reforma
proposta pelo PT sugere que as campanhas contem com financiamento público, uma
forma de equilibrar o processo eleitoral num ambiente mais justo e democrático.
A partir dela, os candidatos não poderão mais contar com estratégias baseadas
no poder financeiro. A lei 9.504/97 determina a reserva de 30% do número de
candidaturas, a que os partidos políticos e coligações têm direito, às
mulheres.
Candidaturas
– No pleito deste ano, as mulheres foram responsáveis por 29,7% das
candidaturas na Câmara dos Deputados. Dos 513 eleitos, apenas 51 são do sexo feminino.
Elas representaram 22,2 do total. O Rio de Janeiro elegeu seis deputadas
federais. Minas Gerais e São Paulo empataram com cinco. Acre, Maranhão, Rio
Grande do Sul e Distrito Federal elegeram um, cada. Espírito Santo e Sergipe
que não elegeram nenhuma. No Senado, dos 27 eleitos, 5 são mulheres.
Embora
desproporcional, para Laisy Mouriere, o número é um avanço. “O Brasil ainda tem
uma sociedade muito machista e conservadora e isso reflete na escolha dos
candidatos”, analisa a secretária do PT. Segundo ela, como a candidatura de
mulheres é muito baixa, tem-se a impressão de que elas são pouco votadas, mas
não é verdade. “Basta ver o resultado do primeiro turno: três mulheres ocupando
o ranking final”, destaca.
Fonte: Agência
PT de Notícias
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